"Palito" anda fugido há um mês

Alguns populares da região acreditam que Manuel Baltazar, que matou a tiro duas mulheres, está a ser ajudado. Outros suspeitam que já estará morto. Cresce o mito.
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"É impossível o Baltazar aguentar tanto tempo fugido mesmo com todos os conhecimentos que tem não só do terreno mas também em termos pessoais", afirma ao DN a proprietária de um posto de gasolina sito na estrada entre Valongo dos Azeites e Penedono (São João da Pesqueira). "Na minha opinião, ele já deve ter posto termo à vida" acrescenta.

Aliás esta é a opinião de vários populares residentes na zona, que não acreditam que o presumível homicida, que em 17 de abril matou a tiro de caçadeira a ex-sogra e uma tia e feriu gravemente a ex mulher e a filha, se mantenha pelas montanhas da zona.

Um dos locais que alguns amigos e companheiros de caça de "Palito" indicaram ao DN como possível esconderijo são as minas de ouro na serra da Granja em Penedono, desativadas há meio século. Alguns moradores na vertente da serra garantem, no entanto, que a GNR já por ali andou e não encontrou qualquer vestígio do foragido.

O esconderijo das antigas minas de ouro seria ideal por existirem ali "túneis enormes e labirínticos onde é fácil alguém esconder-se, principalmente quem, como o Baltazar, conhece o local como a palma das mãos, pois ia para ali nas batidas de caça ao javali" diz José Ferreira , pastor que conhece bem a zona.

Um mês após o crime, as buscas conduzidas pelas autoridades não têm a mesma intensidade do que na primeira quinzena de abril. No local mantem-se o esquadrão de cavalaria da GNR. Os elementos do esquadrão são substituídos todas as quartas-feiras. Além de patrulharem as ruas de Valongo dos Azeites e Trevões, participam de vez em quando nas buscas, quando surge o rumor de um novo avistamento, o que tem sucedido praticamente todos os dias, segundo as autoridades.

Para a população de Trevões, a terra natal de Manuel Baltazar, povoação vizinha de Valongo dos Azeites, a "vida corre" como disse ao DN a proprietária de um café na zona. "Os homens da GNR vão dando movimento ao negócio, os cavalos vão consumindo o feno da região e os donos das quintas onde os animais estão instalados fazem um dinheiro extra". A fuga de Manuel Baltazar prejudica a investigação e a paz das famílias mas parece não afetar a economia local. Pelo contrário.

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